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De Michel de Montaigne até René Descartes

René Descartes e Michel MontaigneMontaigne(1553-1592) e Descartes(1596-1650) perceberam em suas viagens que os costumes e as verdades se modificam de acordo com os povos. O que é pecado e absurdo para uns é verdadeiro e correto para outros. Montaigne  concluiu que a verdade é relativa, não existindo uma verdade única para todas as pessoas, mas apenas contingências. Descartes foi influenciado por Montaigne, mas não adotou seu ceticismo e relativismo, pois enquanto Montaigne assumia que o conhecimento não é possível ao homem, Descartes partiu para a investigação metódica em busca do conhecimento. Passou então a duvidar de tudo, inclusive de sua própria existência e desta realidade, e descobriu que existia, pois pensava (“penso, logo existo”). Ora, se podemos ter certeza que existimos, quer dizer que o homem pode ter certeza.  Afirmou também que todos nós temos, registrados em nosso espírito, a noção de perfeição, pois só assim sabemos que algo é mais ou menos bom. Com isso, Descartes supera o relativismo e ceticismo de Montaigne e afirma que, apesar da força da cultura e do costume, o homem traz em si noções universais.

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