Ludwig van Beethoven (1770-1827) era filho de um músico alcoólatra e de uma mãe muito doente. Cercado de irmãos sem talento musical, superou todas as barreiras que impediam o desenvolvimento de seus dons naturais, tornado-se um dos maiores gênios da história da música.
Dono de personalidade forte e melancólica, escapou do papel de menino prodígio que o pai tentou lhe impor, tal como ocorreu com Mozart.
Os detalhes da infância de Beethoven são raros. A imagem mais constante, confirmada por alguns testemunhos, é de um garoto agitado brincando nas margens do Reno com seus irmãos. Beethoven foi pouco à escola: o pai não lhe incentivava e tinha outras ambições para o filho.
Dessa educação imperfeita, Ludwig conservou sequelas pela vida inteira: ortografia deficiente, aritmética limitada, não indo além da capacidade de fazer adições.
Aprendeu o suficiente de latim para compreender os textos sobre os quais irá compor; seu conhecimento do francês progrediu ao longo dos anos até se tornar aceitável, apesar de vacilante.
Entretanto, a inspiração de Beethoven nunca foi impedida pelas exigências da gramática musical. Também não se intimidou pela surdez que lhe afligiu. A vida toda jamais deixou de trabalhar para suprir suas deficiências e aprofundar sua arte, pois vivia em nome do desejo de criar uma música nova e surpreende.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.