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Leonardo da Vinci | 20 obras comentadas para baixar

Leonardo da Vinci (1452-1519) é reconhecido como uns dos artistas mais brilhantes de todos os tempos. Isso levando em consideração apenas suas obras primas, como a Mona Lisa e A Última Ceia.

Essas poucas obras — menos de vinte confirmadas chegaram até nossos dias — já seriam o suficiente para colocar o artista de Florença ao lado de outros gênios da arte como Michelangelo.

Devido à quantidade de estudos, anotações, esboços e invenções registradas em seus cadernos, é também considerado um dos seres humanos com a maior diversidade de talentos que se tem notícia.

O traço futurista e quase profético de seus esboços construiu, ao longo dos séculos, a imagem do artista misterioso que vive na fronteira entre o humano e o divino.

Por isso Leonardo da Vinci é chamado de gênio universal; o modelo perfeito dos ideais do Renascimento.

Entretanto, o excesso de talento tinha um preço. Leonardo iniciava vários projetos ambiciosos que nunca finalizava. O resultado da diversidade de interesses resultou em várias pinturas inacabadas.

Leonardo da Vinci e a arte do retrato


Um traço marcante do Renascimento foi o interesse pela individualidade. Essa característica  marcou a Filosofia, a Arte e a Literatura da Era Moderna e permanece até hoje. 

Um exemplo disso ocorreu na arte do retrato, que buscava reproduzir fielmente as características físicas de uma pessoa.

A Mona Lisa é a obra máxima da arte do retrato no Renascimento. Esse interesse pela individualidade foi uma novidade sem precedentes na história da arte, representando uma mudança na visão de mundo do homem europeu. 

A visão religiosa, característica da Idade Média, no Renascimento começou a perder espaço para a visão humanística, que valorizava a dignidade humana, a história pessoal e até mesmo o momento cotidiano.

Além da Mona Lisa, este traço renascentista surge em outras obras de Leonardo da Vinci, como o Retrato de Ginevra de’ Benci, La Belle Ferroniere, Dama com Arminho e Retrato de um Músico.

Confira abaixo 20 obras comentadas de Leonardo da Vinci. Para ver e baixar a imagem completa, clique em AMPLIAR IMAGEM.


Mona Lisa (1503 – 1506)


Mona Lisa, também conhecida como La Gioconda, era a esposa de Francesco Del Giocondo.

Esta figura feminina, vestida à moda Florentina com montanhas ao fundo, é um dos principais exemplos da técnica de sfumato de Leonardo da Vinci. A expressão enigmática, com um sorriso ao mesmo tempo sedutor e distante, deu à pintura fama universal.

“Gioconda”, em italiano, significa “alegre”. Por isso Leonardo buscou transmitir, nesta obra, uma felicidade tranquila e misteriosa.

A linha do horizonte esfumaçada está, propositalmente, no nível dos olhos da Gioconda, fazendo o rosto “flutuar” e dando à pintura uma impressão hipnótica.

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A Última Ceia (1495–1498)


A Última Ceia, um dos mais famosos trabalhos de Leonardo da Vinci (perdendo, talvez, apenas para a Mona Lisa), retrata o momento após a notícia, dada por Jesus, de que um dos discípulos irá traí-lo.

A reação dos discípulos — conforme surge na pintura — é de confusão, indignação e surpresa.

Leonardo nunca havia trabalhado em pinturas grandes e tinha pouca experiência com afrescos. Utilizou pigmentos experimentais que foram aplicados diretamente no gesso. Antes mesmo de terminar este trabalho, ele já estava descascando e teve de ser consertado.

Ao longo dos séculos, foi vandalizado, bombardeado e restaurado. O que sobrou atualmente está distante do original. A obra apresenta um incrível senso de perspectiva e, recentemente, despertou interesse pelos detalhes ocultos.

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Autorretrato (1512)


Autorretrato é um desenho feito quando Leonardo tinha sessenta anos e vivia na França. O artista teria representado a si mesmo bem mais velho do que seria de fato, e alguns críticos duvidam que se pareça com ele.

Normalmente, um velho de barbas longas com olhar pensativo é relacionada às representações de profetas e filósofos — lembra, inclusive, o rosto de Platão na pintura A Escola de Atenas, de Rafael.

Portanto, existe a possibilidade do desenho não ser um autorretrato. Apesar das dúvidas, se encaixa com com a figura enigmática de Leonardo da Vinci e acabou sendo popularmente associada a ele.

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BACO (1510–1515)


A obra retrata o deus Baco, divindade romada dos vinhos e das festas. Apesar de ser atribuída a Leonardo, muitos questionam a autoria.

Porém, existe uma grande semelhança com outra pintura do artista de Florença (São João Batista, abaixo), que também aponta com o dedo indicador.

Durante algum tempo, essa tela foi chamada de São João Batista no Deserto. 

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São João Batista (1513)


São João Batista retrata o personagem bíblico que batizou Jesus. Seu gesto (apontar o dedo indicador para cima) pode ter conotação simbólica, como lembrar a importância do céu e do batismo como caminho para a salvação.

De qualquer forma, muitos concordam com a conotação religiosa do gesto. Alguns acreditam que esta teria sido a última pintura de Leonardo.

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Retrato de Ginevra de’ Benci (1474–1478)


Retrato de Ginevra de’ Benci retrata uma jovem da aristocracia de Florença, admirada por sua inteligência.

Ao contrário das outras mulheres que aparecem nas obras de Leonardo, esta tem uma expressão séria e aborrecida. A jovem, dizem, estaria insatisfeita com seu casamento arranjado.

Existe semelhança desta obra com a Mona Lisa, por exemplo, a posição do corpo e as sobrancelhas raspadas (costume das mulheres de Florença).

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O Homem Vitruviano (1490)


O Homem Vitruviano é um desenho acompanhado das anotações inspiradas no arquiteto Vitruvius Pollio (por isso o nome “vitruviano”).

O desenho representa um homem em duas posições superpostas, de braços e pernas abertas, dentro de um círculo e um quadrado.

A proporção perfeita do corpo humano, conforme surge no desenho, sugere (segundo Leonardo) um “projeto universal”, o perfeito equilíbrio da criação de Deus.

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O Batismo de Cristo (1472–1475)


O Batismo de Cristo não é uma obra de Leonardo, mas de seu mestre Andrea del Verrochio, feita em colaboração com seu discípulo, ainda jovem, que finalizou os detalhes da pintura, em particular dos anjos à esquerda.

Foi uma encomenda dos monges da Igreja de São Salvador, próxima a Florença. Existe uma anedota sobre esta pintura: ao ver o trabalho de finalização de seu discípulo, Verrochio teria decidido nunca mais pintar.

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La Belle Ferroniere (1490)


La Belle Ferroniere retrata Lucrezia Crivelli, amante de Ludovico Sforza. Existe uma suposição, pouco aceita, de que seria Isabel de Aragão, duquesa de Milão.

Ludovico teve outra amante retratada por Leonardo (Dama com Arminho, abaixo). A autoria é questionada, pois a disposição do corpo não lembra as pinturas de Leonardo, contudo, as fitas amarradas nos ombros seriam um traço característico do artista.

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Dama com Arminho (1489–1490)


Dama com Arminho retrata Cecilia Gallerani, e teria sido feita quando era amante de Ludovico Sforza, Duque de Milão e protetor de Leonardo Da Vinci.

O fundo original desta pintura foi totalmente escurecido no século 17. Outros detalhes também foram retocados. Estudos com raios x revelaram uma porta ao fundo.

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A Anunciação (1472 – 1475)


A Anunciação é um trabalho feito quando Leonardo era jovem, por volta de vinte anos. Portanto, ainda não tem o estilo característico que marcou suas obras seguintes.

A composição segue um modelo clássico, bastante estilizado; um anjo se apresenta diante de Maria, que apesar de surpreendida, mantem um semblante frio.

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Virgem Benois (1475 – 1478)


Virgem Benois apresenta um momento íntimo e alegre entre mãe e filho, enfatizando a expressão de Maria.

Nos primeiros anos de sua produção artística, Leonardo priorizou o tema de Maria com o Menino Jesus, produzindo várias pinturas e esboços.

A complexidade desta obra mostra a evolução do jovem artista, estabelecendo um padrão que irá se repetir em outras pinturas.

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Virgem de Granada (1475–1480)


Virgem de Granada, aparentemente, é um trabalho com participação de Leonardo quando era pupilo de Verochio, e teria sido feito também por outros artistas.

Falta harmonia na imagem; o Menino Jesus surge desajeitado; um dos dedos de Maria parece torto, consequência, talvez, de vários aprendizes trabalhando em uma tela.

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Madona Litta (1490)


Madona Litta gera controvérsias quanto à autoria. Há poucas dúvidas sobre a participação de Leonardo da Vinci, já que a inclinação e composição da cabeça possuem traços de seu estilo.

Entretanto, estudiosos afirmam que o Menino Jesus difere de suas outras obras, além de outros detalhes. Considera-se que este trabalho foi finalizado pelo seu pupilo Boltraffio.

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A Virgem do Cravo (1478-1480)


A Virgem do Cravo (1478-1480) tem semelhanças com A Virgem de Granada. É considerada um dos primeiros trabalhos autônomos de Leonardo, feito provavelmente quando o artista estava em Veneza com seu mestre Verrocchio.

Nesta pintura, o Menino Jesus tenta pegar um cravo da mão de Maria de forma desajeitada, como fazem os bebês. As montanhas ao fundo já apresentam a técnica de sfumato.

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Virgem do Fuso (1501)


Virgem do Fuso (1501) é uma pintura feita por Leonardo, porém, o original foi perdido. Muitas cópias deste trabalho ainda existem; há a suposição de que duas cópias foram feitas pelo próprio artista.

A data da pintura é baseada em uma carta desse ano mencionando que Leonardo estaria trabalhando nela.

A obra tem esse nome porque o Menino Jesus segura um fuso (ferramenta de fiar) dando duplo sentido à cena: o ambiente doméstico de Maria e o futuro símbolo cristão sendo contemplado por Cristo.

Como foi feita no mesmo período da Mona Lisa, apresenta o estilo já consolidado de Leonardo da Vinci.

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Retrato de um Músico (1490)


Se Retrato de um Músico for uma obra de Leonardo da Vinci, seria o único retrato que ele teria feito de um homem. Existem dúvidas quanto à autoria, pois não há documentações sobre este trabalho, bem como não existem registros sobre quem teria feito a encomenda.

Existem dúvidas até mesmo do homem retratado, sendo apenas identificado como músico devido à partitura que está segurando. 

Quando a obra estava em Milão era atribuída a Leonardo, porém, quando foi para o Museu do Louvre, foi atribuída a Bernadino Luini. Outros especialistas consideram que o autor era Giovanni Antonio Boltraffio ou Ambrogio de Predis.

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Salvador do Mundo (1490–1500)


A obra Salvador do Mundo (Salvator Mundi) foi, provavelmente, uma encomenda feita pelo pelo Rei Luiz XII após a conquista de Milão e Gênova.

Representa Jesus Cristo em roupa típica da renascença olhando fixamente para o espectador. Na mão esquerda segura uma bola de cristal, com a mão direta faz um gesto de benção.

Durante certo tempo, acreditou-se que havia sido destruída. A pintura ficou desaparecida entre 1763 até 1900, quando então foi comprada por Sir Charles Robinson como se o autor fosse Bernardino Luini.

Em seguida apareceu na Inglaterra, onde foi vendida por 45 libras e desapareceu novamente até ser comprada em um leilão nos EUA em 2005.

Ainda que muitos especialistas duvidem que a pintura seja de Leonardo da Vinci, foi vendida em 2017 por 450 milhões de dólares.

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A Virgem e a Criança com Santa Ana (1510)


Esta pintura representa Santa Ana e sua filha Maria com o Menino Jesus. A criança está, simbolicamente, agarrada a um cordeiro enquanto Santa Ana tenta impedi-lo.

Neste detalhe da criança, provavelmente Leonardo fez referência à passagem do Evangelho de João: “Eis o cordeiro de Deus que tira os pecados do mundo.”

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Virgem das Rochas (1483-1486)


Virgem das Rochas é o nome de duas pinturas idênticas de Leonardo, exceto por alguns detalhes. Embora exista documentação sobre este trabalho, a história das pinturas é desconhecida.

A obra representa um momento da infância de Cristo quando o pequeno João Batista, guiado pelo Anjo Uriel, encontra o Menino Jesus em uma gruta no Egito. Na cena, João reconhece e reverencia Jesus, que lhe faz um sinal de benção.

Atualmente, uma pintura está no Louvre, em Paris, e a outra na Galeria Nacional, em Londres.

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Autor: Alfredo Carneiro / Editor do netmundi.org

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