Nesta cena do filme “O Substituto“, de 2011, o personagem argumenta de forma contundente: sem o hábito da leitura, ficamos vulneráveis à manipulação de massa e opiniões alheias.
Por exemplo: alguns dizem que a ditadura estética que assombra as mulheres é um refinado sistema de dominação consumista — para serem “aceitas”, elas devem buscar um determinado padrão de beleza. Por outro lado, a imagem do homem bebendo descontraidamente é sugestão de estilo de vida. Porém, a propaganda que sugere essas coisas se importa apenas com o sucesso dos produtos, não se as pessoas se prejudicam com isso.
A leitura impede que a mente fique restrita à opinião superficial e sugestão midiática; abre caminhos, desenvolve a reflexão. Através dela, resistimos ao senso comum que tenta nos manipular.
Precisamos ler — e enfrentar — textos mais longos e complexos. Não apenas receber bombardeios de notícias e propaganda. As informações rápidas são quase sempre tendenciosas.
Contudo, não precisamos apenas de leitura, mas também ler com desconfiança. Sem isso, iremos apenas reproduzir ideias sem o filtro da crítica pessoal.
O professor do filme sugere o livro 1984 de George Orwell. Essa obra nos apresenta um quadro de alienação, medo e ansiedade impostos por um regime totalitário.
A partir da perspectiva do autor, várias comparações pessoais podem ser feitas, ampliando a capacidade de interpretar nossa própria realidade.
Sugestões de Leitura
A Revolução dos Bichos: uma fábula política. Livro escrito por George Orwell para denunciar os abusos e esquemas de dominação da União Soviética durante o governo de Josef Stalin.
O Admirável Mundo Novo de Aldous Huxley. Livro de ficção científica escrito em 1931 por Aldous Huxley. Faz uma crítica ao consumismo, descrevendo uma sociedade baseada na alienação, na busca do prazer e na utilização de drogas como meios de fugir da angústia existencial gerada pelo próprio sistema.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.