Falácia da rampa escorregadia
A falácia da rampa escorregadia é um tipo de alerta exagerado. Normalmente afirma que, se você der aquele passo, vai escorregar com consequências drásticas. Derrapar e escorregar são metáforas comuns nessa argumentação falaciosa.
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É também conhecida como “bola de neve”, pois afirma — de forma alarmante — que as consequências virão como uma bola de neve, crescendo cada vez mais.
Por exemplo: um amigo diz ao outro que vai sair com uma garota. O outro, então, faz um alerta: “Cuidado! Ela vai querer compromisso sério, logo você vai estar casado, cheio de filhos, endividado e infeliz”.
A falácia da rampa escorregadia tem uma característica marcante: é um aviso assustador. Mas, dependendo das circunstâncias, pode gerar apreensão e medo. Contudo, como qualquer falácia, suas premissas não sustentam a conclusão.
Vejamos alguns exemplos:
- Se a maconha for liberada, logo a cocaína será também liberada.
- Se o casamento gay for aceito por todos, logo todo mundo será homossexual.
- Se a clonagem de animais for permitida, logo irão clonar em segredo seres humanos em escala industrial.
- Se você emprestar dinheiro para seu amigo, ele vai pedir mais e te deixar falido.
- Se você não for temente a Deus, a desgraça cairá sobre você e sua família.
Falácias não são apenas formas incorretas de argumentar, mas também formas incorretas de pensar. Se o alerta exagerado se justifica, então os argumentos devem ser apresentados, caso contrário, pode ser um medo que existe apenas na mente do argumentador ou uma forma de manipulação e assédio psicológico.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.