Camille Pissarro: Biografia e 360 obras para ver e baixar
O pintor franco-dinamarquês Camille Pissarro (1830-1903) é um dos fundadores do impressionismo, movimento artístico surgido na França no final do século XIX. Neste período, a Europa vivia a Belle Époque, fase marcada por mudanças no ambiente intelectual.
Juntamente com Claude Monet, Renoir e outros artistas, Pissarro pretendia romper com antigas tendências — como o realismo e o romantismo — e criar uma nova concepção de arte, seguindo o espírito da época.
Pissarro nasceu nas Antilhas Dinamarquesas (atualmente Ilhas Virgens Americanas, Caribe). Seu pai era proprietário de uma loja no Porto de Charlote Amalia, e decidiu mandá-lo a Paris para complementar seus estudos, retornando com 17 anos para ajudar nos negócios da família.
Trabalhava sem entusiasmo, preferia desenhar a natureza caribenha de sua terra natal. Já nutria paixão pela pintura.
A oportunidade de dedicar-se à arte surgiu quando foi convidado por Fritz Melbye para participar de uma expedição à Venezuela, cujo objetivo era registrar a flora e fauna da região. Após esse período retornou a Paris onde fez amizade com Claude Monet e outros pintores impressionistas, passando a fazer parte do movimento.
Ainda que, inicialmente, o impressionismo tenha sofrido resistência de crítica e público, Camille Pissaro tornou-se mestre de uma geração de artistas, entre eles Cézanne e Gauguin. Os artistas impressionistas produziam suas próprias exposições, sendo Pissarro o único que participou das oito mostras do grupo.
Seus quadros arrancavam risadas dos críticos, que os chamavam de “borrões de cervejaria”. A aristocracia francesa, enraizada em tradições, tratava o impressionismo com desprezo. A técnica utilizada era considerada “ofensiva”.
Durante muito tempo o movimento foi ridicularizado. Camille Pissarro vendia poucos quadros e atravessou momentos de privação com sua família (teve sete filhos). Apesar disso era conhecido pela personalidade tranquila; por ser bom amigo e conselheiro.
Seu aluno Paul Cézanne assim referiu-se ao mestre: “Humilde e magnífico, Pissarro foi um pai para mim. É um homem que se deve consultar qualquer coisa, assim como o bom Deus”.
Após muitas dificuldades e desprezo da crítica francesa, o impressionismo chamou atenção no exterior, especialmente nos EUA e Inglaterra. Pissarro, ainda em vida, foi reconhecido como um dos grandes mestres do impressionismo e um dos pintores mais influentes da arte moderna.
Camille Pissarro: amor pela natureza
Um quadro impressionista é contemplativo; não se preocupa com exatidão da imagem ou difusão de ideias. Pretende, principalmente, registrar impressões do autor e transmitir sensações no observador.
Diferente do realismo, que chama atenção para detalhes, o impressionismo evoca nossas próprias lembranças, sobretudo da natureza. Visto de longe parece fotografia; quando nos aproximamos, torna-se difuso.
É nesta aproximação e distância que o quadro fala ao nosso interior. Quando escolhemos um quadro impressionista favorito, não é pela técnica ou proposta do autor, mas pelas evocações que provocou. Neste aspecto, Pissarro é especialista.
Camille Pissarro, assim como Claude Monet, também foi um pintor da luz. Seus quadros transmitem as sensações dos dias claros e bonitos. Luminosidade e claridade são traços do impressionismo.
Pissarro admirava o trabalho de Camille Corot, que lhe aconselhou: “A musa está nos campos, a musa está nos bosques”. Sempre fiel a esta ideia, fez dos camponeses, das paisagens e dos bosques tema fundamental de suas composições.
Camille Pissarro – 360 obras para ver e baixar
- São Tomás, Caribe (1854 – 1863) — 13 imagens
- Saint Hilaire, França (1863 – 1864) — 4 imagens
- La Roche-Guyon, França (1865) — 2 imagens
- Pontoise, França (1863 – 1882) — 131 imagens
- Louvecienes, França (1869 – 1872) — 45 imagens
- Montfoucault, França (1874 a 1876) — 11 imagens
- Osny, França (1883 – 1884) — 3 imagens
- Rouen, França (1883) — 22 imagens
- Eragny, França (1884 – 1891) — 66 imagens
- Knocke, Bélgica (1891 a 1894) — 4 imagens
- Paris, França (1897 – 1902) — 50 imagens
- Dieppe, França (1902) — 5 imagens
- Londres, Inglaterra (1890) — 4 imagens
Autor: Alfredo Carneiro // Editor do netmundi.org