Buda e o jovem mendigo: parábola sobre o desapego

Buda e o joveme mendigo: parábola sobre o desapego

Era uma vez um jovem mendigo que percebeu que seus poucos mantimentos desapareciam misteriosamente. Certo dia, descobriu que um rato lhe roubava. Intrigado, perguntou ao rato sobre o motivo de roubar alguém tão pobre. O rato respondeu que seu destino era possuir apenas oito itens; não importava o quanto acumulasse, esse seria seu limite. Surpreso, o rapaz perguntou por que esse era seu destino. O rato sugeriu que ele procurasse Buda para obter essa resposta.

Ouça esse post:

Determinado, iniciou uma longa jornada até Buda. No caminho, ao anoitecer, chegou à casa de uma família e pediu abrigo. A família era generosa e o acolheu. Ao saber de sua missão, pediu-lhe que, ao encontrar Buda, perguntasse o que poderiam fazer para que sua jovem filha, que nunca havia falado, pudesse falar. O rapaz concordou em levar a pergunta.

No dia seguinte, ao continuar sua jornada, se deparou com um enorme e intransponível vale. Um mago que passava por ali resolveu ajudá-lo; juntos seguraram seu poderoso cajado mágico e atravessaram o vale flutuando. O mago, ao saber que o rapaz estava em uma jornada até Buda, pediu-lhe que perguntasse por que, após mil anos de prática, ele ainda não conseguia ascender ao paraíso. Mais uma vez, ele concordou em levar a pergunta.

Prosseguindo, o rapaz chegou até um grande rio que não conseguia atravessar. Uma tartaruga gigante emergiu e lhe ofereceu ajuda. Durante a travessia, a tartaruga contou que há quinhentos anos tentava se transformar em um dragão, sem sucesso. Então, pediu ao jovem que perguntasse a Buda o que deveria fazer para alcançar seu objetivo. Ele aceitou levar também essa pergunta.

Ao encontrar Buda, este anunciou que responderia apenas três perguntas. O rapaz, tendo quatro perguntas — a sua e as dos outros — refletiu sobre qual deveria deixar de lado. Considerando que os problemas da tartaruga, do mago e da jovem eram maiores que os seus, decidiu sacrificar sua própria pergunta. Pensou que sempre fora pobre e já estava acostumado a viver assim. Além do mais, sem a ajuda que recebera deles, nunca teria chegado até Buda.

Buda então respondeu:

  • Para a tartaruga: “Ela precisa deixar seu casco, pois se orgulha muito dele; somente ao abandonar seu refúgio poderá se transformar em um dragão.”
  • Para o mago: “Ele deve largar seu poderoso cajado que o mantém preso à terra; a sensação de poder que o cajado traz impede sua evolução espiritual. Ao desapegar-se, poderá ascender ao paraíso.”
  • Para a família da jovem: “A filha falará quando ela encontrar sua alma gêmea.”

No retorno, o rapaz encontrou a tartaruga e lhe transmitiu a resposta de Buda. A tartaruga decidiu deixar seu casco e, ao fazê-lo, transformou-se em um majestoso dragão. Em gratidão, presenteou seu mensageiro com pérolas preciosas que estavam dentro de seu casco. Agora, o jovem era rico.

Mais adiante, encontrou o mago e compartilhou a orientação de Buda. O mago entendeu imediatamente a mensagem e largou seu cajado; agradeceu e ascendeu ao paraíso, deixando o cajado como presente para o rapaz. Com isso, o jovem tornou-se poderoso.

Por fim, retornou à casa da família e informou que a filha falaria ao encontrar sua alma gêmea. Nesse momento, a jovem desceu correndo as escadas, olhou para o rapaz e, pela primeira vez, falou: “Este é o viajante que esteve aqui anteriormente”. Eles haviam encontrado suas almas gêmeas.

Essa história nos ensina que, muitas vezes, é necessário desapegar-se de confortos e posses para alcançar grandes transformações. Além disso, ao priorizar a felicidade dos outros, podemos encontrar nosso verdadeiro propósito e nossa felicidade.

Visite nossa categoria de Textos Motivacionais.