Falácia do apelo à autoridade
A falácia do apelo à autoridade é muito comum em comerciais e debates políticos. Basta lembrar das celebridades que recomendam produtos e dos políticos que citam pesquisas. Algumas celebridades aconselham que você compre um produto que elas mesmas nunca usariam, pois apenas estão utilizando sua imagem para passar “credibilidade”.
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Muitas vezes, políticos citam pesquisas que eles nem conhecem profundamente, apenas estão tentando dar uma falsa autoridade ao seu argumento. Essa falácia é também chamada de argumentum ad verecundiam.
No passado recente, um dos melhores exemplos dessa falácia eram as propagandas de cigarro que utilizavam a imagem de médicos e atletas tentando transmitir a falsa premissa de que, se até mesmo esses profissionais fumam, então o cigarro não faz mal à saúde.
Artistas famosos
Artistas têm grande impacto sobre o público, basta uma celebridade recomendar qualquer coisa para alavancar imediatamente as vendas. Existem até mesmo comerciais em que artistas recomendam remédios, entretanto, artistas não são médicos para recomendarem esses produtos. No final do comercial, um discreto aviso: “Se os sintomas persistirem, procure um médico”. Os anunciantes sabem que o público se impressiona com recomendações de pessoas famosas, pois isso traz “autoridade” ao produto e ao fabricante.
Pesquisas
Se alguém afirma que algo é bom ou ruim porque “pesquisas indicam”, pode estar usando a falácia do apelo à autoridade. Quando uma pesquisa é citada apenas para dar força ao argumento, muitas vezes o argumentador nem conhece a tal pesquisa ou apenas fala coisas do tipo: “pesquisadores da Universidade de Harvard afirmaram…”.
Algumas pesquisas utilizadas em debates são falsas, obscuras ou já foram refutadas, entretanto, estão sendo mencionadas como forma de confundir e enganar o público. Quem cita pesquisas deve fornecer a fonte e saber discorrer sobre elas, caso contrário, está utilizando um argumento falacioso.
Textos religiosos
No mundo religioso, frequentemente algum líder influente apresenta uma opinião que, segundo ele, está embasada em uma passagem de um texto sagrado. Dessa forma, seu argumento é revestido de autoridade inquestionável, afinal, está apoiado em uma revelação divina ou espiritual. Porém, quando há desonestidade envolvida, trata-se de uma estratégia para blindar interesses pessoais.
Para classificar esses casos, existe a falácia do argumento divinizado, que é uma variação religiosa da falácia do apelo à autoridade. Mesmo quando existe uma clara incoerência envolvida, milhares de pessoas se deixam levar por essa argumentação, pois envolve fatores culturais e psicológicos.
- Sugestão de Leitura
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.