FILOSOFIA

Karl Marx e Adam Smith: vídeo sobre marxismo e liberalismo clássico

Karl Marx Adam Smith

O vídeo abaixo mostra como seria o encontro entre dois pensadores influentes da filosofia contemporânea: Karl Marx (1818-1883) e Adam Smith (1723-1790). O diálogo enfatiza a oposição entre marxismo e liberalismo clássico, duas filosofias políticas opostas, tornando a encenação bastante pedagógica.

Marx é combatente ferrenho do capitalismo, que acredita ser um sistema de exploração e dominação do proletariado em favor da burguesia, enquanto Adam Smith afirma que o livre mercado, a livre concorrência, a valorização das capacidades individuais e a rígida aplicação das leis são as melhores formas de organizar as sociedades.

As ideias de Karl Marx


Karl Marx analisou as sociedades capitalistas e levantou questões que influenciaram muitos pensadores depois dele, além de motivar revoluções e movimentos sociais mundo afora.

Entre suas ideias fundamentais está a percepção da história da humanidade como a história da luta de classes. Na Era Moderna, após a ascensão da burguesia como classe dominante, o capitalismo tornou-se forma sofisticada de dominação abrangendo religião, política e Estado, que de forma conjunta sustentam o sistema de exploração.

O proletariado, por sua vez, representa aqueles que, sem recursos ou riquezas, oferecem sua mão de obra para produzir os bens e serviços necessários à sociedade em troca do salário. Os meios de produção, no entanto, pertencem à classe dominante — que busca o acúmulo cada vez maior de capital.

Para demonstrar como ocorre a exploração, Marx criou o conceito de Mais Valia, que seria a base do sistema capitalista.

A Mais Valia, grosso modo, é a diferença entre o custo de produção e o preço de venda do produto. Para conseguir um lucro cada vez maior, é necessário que o proletariado trabalhe cada vez mais por um salário cada vez menor, de forma a aumentar o acúmulo de capital da classe dominante.

Marx afirmou que “os filósofos interpretaram o mundo, mas chegou a hora de transformá-lo”. Essa transformação é a queda da burguesia através da revolução do proletariado, que tomaria os meios de produção fazendo surgir o socialismo.

Nesse momento, o Estado, agora comandado pelos revolucionários, produz e distribui todos os bens e serviços necessários à sociedade de forma igualitária. Esta é a fase do socialismo.

Posteriormente, como fase final, seria implantado o comunismo, quando então não existiriam mais classes sociais.

As ideias de Adam Smith


Adam Smith é um dos filósofos do liberalismo clássico, filosofia política e doutrina econômica que está em desacordo com as ideias de Karl Marx.

Adam Smith acredita que a valorização da liberdade individual e a livre concorrência permitem que as sociedades se tornem cada vez mais avançadas, produzindo também bem-estar social.

Ao contrário de Marx, Adam Smith vê no capitalismo o sistema ideal de organização da sociedade. O Estado, na concepção liberal, se volta principalmente para a aplicação das leis, sendo todos os homens iguais perante a lei, independente de classe social. Os bens e serviços são produzidos por indivíduos e empresas na busca de seus interesses.

Se estas condições estiverem devidamente postas, o mercado se regula naturalmente, equilibrando os preços dos produtos e gerando bens e serviços necessários à sociedade.

Quanto menos o Estado interferir na economia, melhor para todos. O filósofo chamou esta organização natural de “mão invisível do mercado”.

Essa concepção se opõe diretamente a Karl Marx, para quem o Estado é absoluto, concentrando aplicação das leis e produção de bens e serviços.

“Não é a bondade do padeiro que coloca o pão na sua mesa, mas o fato dele ganhar algo com isso”. Esta frase de Adam Smith afirma que o ser humano age em função de benefício próprio, e não motivado por bondade ou justiça social.

Contudo, segundo o liberalismo clássico, este egoísmo inerente faz avançar as sociedades, desde que o Estado faça sua parte na aplicação das leis.

AutorAlfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.

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