Para o filósofo existencialista Jean-Paul Sartre, o ser humano é condenado a ser livre, e a liberdade reside em escolher e aceitar as consequências de nossos atos. Podemos ainda escolher não escolher; podemos simplesmente não agir, não fazer nada. Porém, ao fazer isso, já estamos escolhendo.
Fugir da escolha, portanto, é impossível. Da mesma forma como fugir da liberdade é também impossível. Seremos sempre forçados a escolher e responsáveis pelos nossos atos. Não fazer nada é uma escolha que, como qualquer outra, traz consequências.
Quando escolhemos entre uma via e outra, normalmente julgamos com base em valores que nos servem de referência. O valor, como um motor, impulsiona o indivíduo a agir.
Entretanto, mesmo se não tivermos valores que nos ajudem a escolher, não temos como evitar a escolha. Por isso, muitos valores nascem das escolhas feitas. A partir delas, o homem irá definir sua moral, conforme afirma o filósofo:
“O homem não está pronto logo de início; ele se constrói escolhendo a sua moral. Só definimos um homem com relação à sua escolha.”
Diante desta “liberdade inevitável”, o homem irá definir a si mesmo através das sua ações:
“O homem nada mais é que o conjunto de seus atos, nada mais que a sua vida.”
Por isso Sartre afirma que o existencialismo deve ser necessariamente ateu, caso contrário isso tiraria do homem a liberdade de definir-se através de suas ações e assumir suas responsabilidades:
“De fato, tudo é permitido se Deus não existe. Para começar, o homem não encontra desculpas. Estamos sós e sem desculpas; o homem é responsável por tudo o que faz.”
Saiba mais sobre o existencialismo de Sartre. No link abaixo disponibilizamos 17 obras do filósofo para baixar. Para que você tenha uma boa introdução, recomendamos a leitura de sua palestra “O existencialismo é um humanismo“, proferida em 1945.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.
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