Giordano Bruno: mártir da ciência
O teólogo e filósofo Giordano Bruno (1548-1600) foi condenado à morte pela Inquisição sob a acusação de heresia por defender uma visão de universo original para a época, afirmando que o universo era infinito e que poderiam existir vários sistemas solares além do nosso; vários mundos com possibilidade de vida inteligente. A Terra não seria centro do universo, pois no infinito não existiria centro absoluto, apenas centros relativos.
Porém, afirmar a infinitude do universo é conflitante com uma das provas da existência de Deus para a teologia cristã, que considerava apenas Deus infinito e sua criação finita. Defender que o universo era infinito significava dizer que Deus e o universo (ou natureza) seriam a mesma coisa, algo que a Inquisição considerou paganismo.
O filósofo foi pressionado a assinar uma carta de abjuração de suas ideias, tal como ocorreu com Galileu, mas, como se recusou, foi sentenciado a ser queimado vivo. É considerado um mártir da ciência, pois foi condenado por defender uma teoria científica. Hoje existe uma estátua em sua homenagem no local onde foi executado.
Recentemente o Vaticano reconheceu que praticou excesso de violência contra Giornado Bruno; o cardeal Angelo Sodano, em 2000, afirmou que os inquisidores “fizeram de tudo para salvar sua vida”. O papa João Paulo II pediu desculpas pelo “uso da violência cometida a serviço da verdade”.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.