Filosofia Antiga: o maior legado da Grécia
A Filosofia é um dos maiores legados da Grécia Antiga, sendo também um dos pilares da Civilização Ocidental. O pensamento filosófico grego surgiu no século VI a.C com Tales de Mileto e se estendeu até VI d.C, quando da derrocada do Império Romano e a ascensão do cristianismo.
São mil e duzentos anos de história da filosofia greco-romana. Esse é o período da Filosofia Antiga, que representa o aparecimento das primeiras investigações puramente racionais acerca da realidade e da existência humana.
A Filosofia Antiga teve uma diversidade de pensamento tão grande que não é exagero afirmar que quase todos os problemas filosóficos foram elaborados pelos filósofos dessa época. Desde as primeiras questões cosmológicas — que deram origem a vários ramos da ciência — até à metafísica, ontologia, antropologia e as questões éticas e políticas.
Períodos da Filosofia Antiga
Devido à grande variedade de temas abordados, a história da Filosofia Antiga pode ser dividida em cinco períodos, que vão desde o surgimento dos primeiros filósofos (os pré-socráticos), as filosofias de Platão e Aristóteles, o período helenístico (representado pelo epicurismo, do estoicismo e do ceticismo) e o retorno ao pensamento platônico durante o Império Romano, representado pelo neoplatonismo.
É também muito importante para qualquer interessado neste período da Filosofia conhecer a cultura do povo grego e o contexto que permitiu o surgimento do pensamento racional. Estes períodos podem ser classificados da seguinte maneira:
- O primeiro período é representado pelos pré-socráticos, que realizaram investigações cosmológicas e ontológicas.
- O segundo período foi marcado pelo repúdio às questões cosmológicas e realização de reflexões acerca dos problemas humanos. Sócrates é seu maior representante.
- O terceiro período foi o da síntese entre a investigação metafísica e a antropológica, mediante a contribuição monumental e original de Platão e Aristóteles.
- O quarto período, posterior às conquistas de Alexandre, o grande, foi de ruptura com os sistemas de Platão e Aristóteles e a elaboração de filosofias cuja finalidade era a realização da tranquilidade da alma. Foi o momento do epicurismo, do estoicismo e do ceticismo. Este foi o período helenístico.
- O quinto período se deu no âmbito do Império Romano, com a continuação das escolas helenísticas e a recuperação do pensamento platônico, que culminou no neoplatonismo.
É importante enfatizar que apesar da variedade de temas e da divisão dos períodos da Filosofia Antiga, existem traços característicos em todo pensamento filosófico, seja ele antigo, medieval, moderno ou contemporâneo. São eles: a investigação racional, a busca de fundamentos e a percepção da unidade de todas as coisas. Sobre isso o filósofo alemão Friedrich Nietzsche, ao escrever sobre Tales de Mileto e a Filosofia Antiga, observou:
“A Filosofia grega parece começar com uma ideia absurda, com a proposição: a água é a origem e a matriz de todas as coisas. Será mesmo necessário determo-nos nela e levá-la a sério? Sim, e por três razões: em primeiro lugar, porque essa proposição enuncia algo sobre a origem das coisas; em segundo lugar, porque o faz sem imagem e fabulação; e, enfim, em terceiro lugar, porque nela, embora apenas em estado latente, está contido o pensamento: “Tudo é Um”. A razão citada em primeiro lugar deixa Tales ainda em comunidade com os religiosos e supersticiosos, a segunda o tira dessa sociedade e o mostra como investigador da natureza, mas, em virtude da terceira, Tales se torna o primeiro filósofo grego”
Confira mais abaixo uma relação de links organizados de acordo com os períodos citados acima. Visite também nossa categoria Filosofia Antiga.
Pré-socráticos (primeiro período)
Sócrates e os sofistas (segundo período)
Platão e Aristóteles (terceiro período)
Filosofia Helenística (quarto período)
Neoplatonismo (quinto período)
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.
Referências Bibliográficas
- ELIADE, M. Mito e Realidade. São Paulo: Ed. Perspectiva, 1994.
- HADOT, P. O que é a Filosofia antiga? São Paulo: Lisboa, 1999.
- REALE, G. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, 1993.