O que é Cultura Material e Imaterial?
A cultura de um povo é composta por dois tipos de patrimônio cultural: material e imaterial. A cultura material é constituída por elementos palpáveis, como utensílios, construções e artefatos religiosos, enquanto que a cultura imaterial é composta por elementos intangíveis ou abstratos, como hábitos, religiões e conhecimentos transmitidos de geração em geração.
A proteção da cultura material dos povos é uma questão importante e foi tema da “Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural” realizada em Paris (1972). Já a cultura imaterial está em constante transformação; é mais vulnerável que a cultura material, e foi o tema da “Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Imaterial” também ocorrida em Paris (2003). Os dois eventos foram promovidos pela UNESCO.
Existe uma relação intrínseca entre cultura material e imaterial. Os objetos físicos revelam muito sobre as crenças, os valores e os costumes. Por exemplo: um antropólogo que estuda a cultura material dos egípcios antigos pode deduzir algo sobre suas tradições religiosas. Por outro lado, a cultura imaterial também influencia a arquitetura, os utensílios e as vestimentas. Isso vale também para o estudo de povos indígenas brasileiros, africanos, siberianos ou qualquer grupo social das grandes cidades.
Exemplos de Cultura Material
- Moradias
- Artefatos religiosos
- Utensílios (pratos, ferramentas)
- Vestuário
- Templos e Igrejas
Exemplos de Cultura Imaterial
- Religiões
- Culinária
- Hábitos
- Idiomas
- Literatura
A cultura material e imaterial não são apenas tema de estudos acadêmicos. Elas fazem parte da vida cotidiana de qualquer pessoa. Desde o nascimento até a morte, estamos cercados por objetos, ideias e crenças que moldam nossa experiência de mundo.
Os objetos que usamos não são apenas utilitários. Eles estão carregados de significados culturais e simbólicos. Alguém que compra roupas caras pode estar buscando status social; quem usa um celular antigo pode demonstrar desprezo pelas novidades tecnológicas. Da mesma forma, as roupas podem indicar a religião de uma pessoa.
Nessa perspectiva, não há diferença entre um xamã siberiano dançando ao redor de uma fogueira, um culto religioso realizado em uma grande cidade ou um grupo de jovens fãs de rock. Todos são dotados de aspectos materiais e simbólicos que sustentam suas práticas.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.