Filosofia Antiga | Resumo, características e principais filósofos
A filosofia surgiu nas colônias gregas da Ásia Menor no século VI a.C com os filósofos pré-socráticos, os primeiros filósofos, que voltaram seu pensamento para a investigação da natureza ou cosmologia. Tales de Mileto é considerado o primeiro filósofo da história ao formular explicações racionais para o mundo — destacadas das explicações religiosas da época. Esses pensadores buscavam identificar qual o elemento primordial da natureza, sendo essa a característica fundamental desta fase. Assim, suas conclusões variaram entre a água, o fogo, o átomo, entre outros. Dentre as várias áreas de conhecimento influenciadas por eles estão a matemática, a física, a química e a astronomia. Pitágoras, Heráclito e Parmênides estão entre os primeiros filósofos. Essa é a primeira fase da filosofia antiga.
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Sócrates e a Virada Antropológica
A segunda fase da filosofia antiga ocorre em Atenas. É representada principalmente por Sócrates, Platão e Aristóteles, quando a filosofia volta seu interesse para o conhecimento de si mesmo e para a investigação da natureza humana. Sócrates criticou os primeiros filósofos por se ocuparem com assuntos de grande complexidade sem antes pensarem em conhecer a si mesmos. A condição humana deveria ser, segundo Sócrates, o interesse fundamental da filosofia. Essa passagem da cosmologia para a investigação do homem — que marcou a segunda fase da filosofia antiga — ficou conhecida como Virada Antropológica.
Contudo, Sócrates não escreveu nenhuma obra. Seus ensinamentos foram registrados pelo seu principal discípulo, Platão, que por sua vez foi professor de Aristóteles. As obras de Platão e Aristóteles tornaram-se uma das bases fundamentais da cultura ocidental, influenciando a política, a arte, a literatura, a ética, a lógica, a psicologia e a metafísica.
Platão afirma que este mundo é apenas sombra de um mundo perfeito, o mundo das ideias, acessível apenas quando elevamos nosso pensamento para além das ilusões desse mundo (conforme foi exposto em sua famosa “alegoria da caverna”). As obras de Platão eram escritas em forma de diálogos e seu principal protagonista era seu mestre Sócrates. Também fazem parte desse período os filósofos sofistas, acusados por Platão de manipuladores da verdade. Tudo isso ocorreu por volta dos séculos V e IV a.C.
Filosofia Antiga e o Período Helenístico
A partir do século III a.C irá ocorrer o período helenístico da filosofia antiga, que em grande parte é o resultado das conquistas de Alexandre, o grande. O Império Macedônico de Alexandre conquistou a Grécia e parte do Oriente. Alexandre foi aluno de Aristóteles, fato que o motivou a levar a cultura grega para as regiões conquistadas.
Esse momento histórico foi marcado pelo surgimento de importantes correntes filosóficas, como o estoicismo, o epicurismo, o cinismo e o ceticismo, voltados principalmente para a ética e a arte de viver. Essas correntes de pensamento ficaram conhecidas como filosofia helenística, e sua influência irá perdurar mesmo após o fim do Império Macedônico, se estendendo até período do Império Romano, delineando assim a cultura greco-romana que se estendeu por toda a Europa e marcou a cultura ocidental.
Principais representantes da filosofia helenística:
- Estoicismo: Zenão de Cítio na Grécia (fundador) e os filósofos romanos Sêneca, Epiteto e o Imperador Marco Aurélio;
- Epicurismo: Epicuro de Samos;
- Cinísmo: Diógenes de Sínope foi seu representante mais simbólico;
- Ceticismo: Pirro de Élis.
Como foi dito, esses filósofos se voltaram principalmente para a ética, valorizando a simplicidade e a tranquilidade da alma. Combatiam os discursos filosóficos complexos distanciados dos reais problemas da vida.
A partir do século III d.C, ainda durante o Império Romano, ocorre uma retomada da filosofia de Platão que ficou conhecida como neoplatonismo.
O neoplatonismo não é considerado filosofia helenística, ainda que tenha coexistido com ela. Seu principal representante foi Plotino, e sua obra, As Enéadas, causaram grande impacto nos filósofos cristãos da Idade Média.
Fim da Filosofia Antiga
Após o século III d.C, o Império Romano do Ocidente começa a se desfragmentar com invasões, golpes de estado e uma sucessão de imperadores fracos. Roma, a capital do império, concentrava o legado da filosofia grega e possuía uma religião politeísta greco-romana que prestava cultos a vários deuses, mas também convivia com outras influências religiosas — inclusive o cristianismo em seus primeiros séculos de existência.
A crise perdurou até o século V, que marcou o colapso do Império Romano do Ocidente e o fim da Era Antiga, dando início à Era Medieval. No ano 529, o Imperador Justiniano, do Império Romano do Oriente (também conhecido como Império Bizantino) iniciou uma série de campanhas militares visando reunificar os dois impérios, estabelecendo o cristianismo como crença oficial e proibindo qualquer outra atividade filosófica ou religiosa.
Esse fato marcou o fim da Filosofia Antiga, e o início da Filosofia Medieval, que terá uma perspectiva cristã. Contudo, a filosofia medieval receberá a influência do impressionante legado da Filosofia Antiga.
- Sugestão de Leitura
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.