Friedrich Nietzsche e o Amor Fati
Amor Fati é um conceito da filosofia de Friedrich Nietzsche (1844-1900) que significa “amor pelo inevitável ou pela fatalidade”. Faz parte da ideia de aceitação incondicional da vida, pois significa também afirmar a vida verdadeira, sem se refugiar em ilusões, dizendo “sim” a todos os aspectos da existência, desde os mais sublimes até os mais trágicos.
Fugir das dores e tristezas do mundo acaba resultando na fuga das alegrias genuínas, já que a dualidade da existência mostra que uma coisa não existe sem seu oposto.
Por isso Nietzsche afirma que é preciso amar “aquilo que é necessário nas coisas”. E as dores são tão necessárias e inescapáveis quanto as alegrias, então é preciso amar a vida integralmente. Aceitar a fatalidade e a finitude é viver plenamente, e não pela metade.
Somente quem aceita a existência verdadeira é capaz de afirmar sua Vontade de Potência, outro conceito nietzschiano complementar ao Amor Fati, que não quer dizer meramente “ter poder”, mas desejar realizar sua própria vida.
A regra para a Vontade de Potência em Nietzsche é simples e rigorosa: “Não queira nada que você não queira por toda a eternidade”.
Para o filósofo alemão, devemos avaliar essa regra com sinceridade, pois a vontade poderosa brota apenas naquele que assume o Amor Fati, aceitando as dores e alegrias inerentes à vida e marcando definitivamente o fim do meio-querer e da vontade fraca.
Autor: Alfredo Carneiro – Graduado em Filosofia e pós-graduado em Filosofia e Existência pela Universidade Católica de Brasília.
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